Arquivo mensal: julho 2012

13 MESES…

IGOR

Um dia eu acordei achando que tinha alguns problemas, que tinha me precipitado em algumas decisões, que talvez o Brasil ainda fosse a melhor escolha, que talvez tudo demorasse um pouco mais de tempo para se encaixar…

Estava com um turbilhão de idéias me atormentando durante a noite em um país estranho, longe de tudo que estava acostumada. Nesta loucura eu tinha você… Eu tinha seu jeito simples e irreverente de olhar as coisas, seu amor e carinho constantes, sua voz rouca me chamando de mãe…

Mas sem ser avisada, sem um manual de sobrevivência, você partiu… Partiu em questão de minutos, me deixando 4 dias para uma longa despedida com imagens, cheiros e sons que jamais vou esquecer… Fiquei aqui partida, em pedaços, destruída sem saber como agir. 

13 meses se passaram e muitos ainda passarão, pois não posso fazer a nada a respeito disso, mas o mundo não mudou desde aquela tarde, desde aquele momento, nada mudou para mim, a não ser o fato de que você não está mais aqui e que viver se tornou algo torturante e cansativo, sim cansativo, por que fadiga ter que sorrir por fora… A muitos dias eu parei com tudo filho, você sabe o que se passa em minha cabeça, sabe o quão difícil é enfrentar tudo como se realmente um dia  ficasse mais leve… Não fica, definitivamente não fica…

Nesse percurso eu fiz muitas tentativas frustradas de retomar a vida, me esforcei em alguns projetos que não consegui levar adiante pelo simples fato de não ser mais possível, levei meses para entender isso… Levei meses para me dar conta que quanto mais eu insisto mais perdedora me sinto, mais derrotada me vejo, pois o impulso que uma mãe tem de viver é descomunal, tudo pelos seus filhos…

Algumas vezes me sentia importante mostrando a outras mães como é precioso o tempo com seu filho, como é valioso educar bem, dar exemplos e dedicar amor… Mas passa tão rápido, a sensação é tão superficial que em questão de minutos tudo se colocava em seu lugar novamente, sem você…

Descobri que nenhuma palavra tem poder de consolo, que ninguém pode te dizer que sabe ou imagina o que fica dentro de um coração de mãe dilacerado, que mesmo com tantas tentativas um dia você tem que cair na real e aprender a viver com o que te restou e isso não é nenhum pouco simples… O soco no estômago está ali, no mesmo lugar, te apertando 24 horas…

Em 1 ano e 1 mês eu envelheci 10 anos…  Estou me acostumando a viver com  o novo olhar no espelho, aliás quando me olho no espelho não vejo mais aquela mulher, ela ficou submersa naquela piscina para sempre…

Ah sim, estou grávida, terei a chance de ser chamada de mãe novamente… Quando eu olhar o rosto deste novo amor, espero que algo mude drasticamente dentro de mim, por que hoje, não serei hipócrita novamente…

Bom filho, por que estou falando com você neste tom? 

Por que sei que estás aqui, que me ouve quando te chamo a noite em meu travesseiro encharcado, por que graças a minha coerência de espírito creio em sua plena evolução como ser divino e, como você mesmo me comunicou, a vida não acaba aqui e eu te aceito vivo, sabendo que no momento devido estará lá, a me esperar…

O que ficou? 

O amor, esse sim é imutável…

Na mais pura verdade do meu ser, TE AMO para sempre…

Mamãe Paula

AMOR PERFEITO AMARELO!

Olá!

Hoje quero falar de um assunto que amo muito, muito mesmo, livros…

Para mim os livros são amigos inseparáveis, cheios de sabedoria e que fizeram companhia nesses últimos 12 meses…

Eu leio muito, uma média de 1 livro por semana, adoro os “sebos” acho incrível você encontrar alento em um livro que já não serve mais para outra pessoa, acho magnífico dar um livro de presente, me sinto dando algo que a pessoa jamais vai poder se desfazer… “Conhecimento”, momentos de descoberta, fantasias e sonhos, os livros nos levam a dimensões jamais visitadas pelo nosso ser antes, além de serem ótimos professores de português!

Acabei a leitura de um livro especial ontem, ganhei da própria autora, com dedicatória, me senti lisonjeada…

Maria Elisa Paciornik passou pela triste viagem de levar um filho até o final, a sepultura…

Levou 10 anos para escrever esse livro, agora entendo por que… Eu também estou escrevendo um livro mas confesso que não consigo desenvolver por puro bloqueio de falar sobre o momento “fatídico”, ela relata isso muito bem no livro, além de contar ao público algo intimista e encantor sobre seu filho, que partiu desse plano ao lado do pai em um trágico acidente de carro…

 

Quero compartilhar um trecho com vocês, de grande valia e sabedoria…

Trecho:

” (…) passei a rezar agora para que DEUS me dê humildade de aceitar o que não posso compreender e resignação para suportar a vida tal qual ela se apresenta.

A gente quer tanto sempre viver e que todos de quem amamos vivam também; dificilmente pensamos no “hoje” e raramente lembramos de nossa vulnerabilidade. Vivemos como se nosso corpo fosse eterno e deixamos coisas importantes para depois; fingimos que não vemos, sei lá. A gente de ilude, um pouco dentro daquela idéia infantil de “para sempre”, e nada é assim na vida (…)

Acaba que é um pouco do que sempre falo, viver o máximo da vida, pois não sabemos o dia de amanhã, cultivar bons hábitos, ler é um deles, além de ser um presente para seu intelecto.

Bom, é isso, queria que vocês pudessem conhecer um pouco mais de mim…

Abraços que tiram a dor!

Beijos a todos!

Paula Miranda

@Hypnosemakes